Quando falamos em tatuagem, sociedade e campo profissional ainda podemos encontrar pessoas com aquele pensamento de que tatuados e tatuadores são pessoas desordeiras e por ai vai… Mas afinal, será que é isso mesmo? E de onde veio esse tipo de pensamento?
Este comportamento preconceituoso, se originou durante os anos 20 e 40, numa época em que conservadorismo ditava regras na sociedade, onde a exposição do corpo já era mau vista, imaginem encarar alguém tatuado? E foi durante este período que se deu o início a história da tatuagem comercial, onde marinheiros, fuzileiros navais, piratas, errantes e rebeldes utilizavam dela como forma de identificação e também, através das artes que conhecemos hoje em dia. Porém, este grupo de pessoas apresentavam um comportamento mais violento, devido ao meio em que eles se encontravam, sendo assim, fugia dos preceitos difundidos pela sociedade daquela época, e foi assim, que se criou o pré-conceito de que pessoas tatuadas eram consideradas baderneiras, marginais, vagabundas e muitos outros sinônimos pejorativos. Era considerado uma afronta para as famílias ter um ente que desejava fazer uma tatuagem.
Hoje em dia, algumas pessoas ainda têm este pensamento negativo quanto aos tatuados, e que até a quantidade de tatuagens escalam o nível do preconceito, que podem passar de discriminação até a rejeição em certo ambientes, mas é algo que vem caindo por terra lentamente, afinal, a tatuagem é um forma de expressão e não de personalidade.
E ter tatuagem atrapalha no mercado de trabalho?
Podemos dizer que sim e não ao mesmo tempo e iremos explicar um pouco a respeito. Hoje, a tatuagem vem se tornando algo comum, o que influencia positivamente nesta “aceitação” da sociedade moderna, mas no mercado de trabalho, o tipo de arte e o local ainda interferem e muito durante um processo seletivo.
Sabemos que existem empresas conservadoras que ainda tem resquícios preconceituosos lá dos anos 20/40 e que abominam entrevistados tatuados, mas também, podemos encontrar empresas mais abertas a isso, o que se deve levar em conta é a área em que esta empresa atua: se é algo mais conservador como na área da saúde, finanças, advocacia, engenharia e alguns outros segmentos onde se trabalha muito com a questão da imagem que a empresa que passar, ou se a empresa é mais antenada e criativa, onde acreditam que a arte não define caráter, podemos encontrar este tipo de pensamento nas empresas ligadas a cultura, beleza, tecnologia e comunicação onde as pessoas tatuadas podem atrair a atenção dos clientes.
Outro ponto que levamos em conta é a questão da arte escolhida, ela por muitas vezes pode gerar este pré conceito antes mesmo que o conheçam como pessoa, e para algumas empresas o tipo de arte pode interferir negativamente, principalmente a imagem da empresa, seria estranho encontramos num hotel, seja ele luxuoso ou não um funcionário com uma tatuagem da suástica nazista visível né? Sabemos que vivemos em uma sociedade democrática, e que temos o direito de nos apresentar perante ela da melhor forma que desejamos, mas também, precisamos pensar nas eventuais situações em que podemos passar.
Caso você pretende fazer uma tatuagem e já trabalha, informamos que fazer tatuagem não é considerado motivo para demissão, pois de acordo com o artigo 482 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), fazer uma tatuagem não está na lista de razões de rescisão por justa causa. Infelizmente, sabemos que na prática, o ato de demissão por fazer uma tatuagem pode estar camuflado dentro de algum outro motivo qualquer, por isso existe um projeto de com adição a lei 9.029 de 1995 que proíbe a discriminação de pessoas tatuadas e que fazem piercing nos ambientes de trabalho
Podemos concluir, que hoje a tatuagem vem se tornando algo popular, mas que ainda podemos encontrar pessoas com um pensamento retrógrado ao confrontar arte & comportamento e fazerem uma pré definição de alguém, algo que respinga no campo profissional e que acaba sendo uma barreira para a conquista de um novo emprego.
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